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Surf no lixo contemporâneo: a que ponto chegamos! E que mundo deixaremos de herança para Keith Richards?

domingo, 17 de janeiro de 2010

Militares brasileiros no Haiti são cicerones fúnebres da TV Globo

Voyeurismo morboso da Globo é apoiado pelo Exército brasileiro?

É só observar nos jornais da TV Globo, os repórteres estão sempre acompanhados de algum militar da missão brasileira no Haiti. Nas imagens acima, que foram ao ar no Jornal Nacional da última sexta-feira 15, a repórter Lília Telles é levada na caçamba de um caminhão militar. Em outra matéria desde Porto Príncipe, o repórter Rodrigo Alvarez, também foi escoltado pelos militares.

O que se depreende é que os militares (servidores públicos), pelo menos alguns deles, deixam tudo que estão fazendo (salvar vidas, prestar socorro, distribuir alimentos, garantir segurança pública) para servir de cicerones dos jornalistas da TV Globo, consumindo tempo, veículos, combustível e ocupando as ruas já atravancadas de pedaços de prédios destruídos e de corpos em decomposição para auxiliar o voyeurismo mórbido da empresa da família Marinho. Como é essa relação Globo/comando da missão brasileira no Haiti? Quem autoriza que soldados e veículos sejam destinados ao jornalismo-urubuservador da Globo? Os militares brasileiros são autorizados a prestar auxílio a outros jornalistas de outros veículos/empresas de mídia? Quantas horas/homem o Exército brasileiro empregou para prestar apoio logístico à TV Globo no Haiti? O ministro da Defesa, Nelson Jobim, tem conhecimento desta prática promíscua? A prática foi autorizada pelo ministro da Defesa?


6 comentários:

claudia cardoso disse...

A considerar os depoimentos de um grupo de pesquisadores da Unicamp, nos quais as forças de ocupação não foram vistas, durante dois dias, nos bairros pobres, mas estavam trabalhando nos escombros de hotel de luxo desabado, não me admira que haja um envolvimento propagandístico entre a Globo e o exército brasileiro, no sentido de dar visibilidade ao trabalho "humanitário"... Nem que, para isso, os servidores públicos sirvam de motoristas e cicerones...

Juarez Prieb disse...

Eis um motivo para Jobim ir ao Haiti, fazer um "acertinho" entre a Globo e a milicada, no sentido de dar visibilidade, como diz Claudia, ao Exército, nesta hora difícil em que os comunas os acusam de terem torturado, sequestrado, assassinado, o escambau.
Esses comunas são tão mentirosos que ganham do bonequinho do Gepetto. Comunas mentirosinhos!!!!!!!!! Gente má!!!!!!!! Jogam lama no nosso glorioso Exército nacional, onde já se viu?

Nelson Antônio Fazenda disse...

"O Haiti é um laboratório para os militares brasileiros"

Em artigo publicado em http://www.resistir.info/a_central/haiti_laboratorio.html, Otávio Calegari Jorge escreve:

"A ONU gasta 500 milhões de dólares por ano para fazer do Haiti um teste de guerra. Ontem pela manhã estivemos no BRABATT, o principal Batalhão Brasileiro da Minustah (United Nations Stabilization Mission in Haiti). Quando questionado sobre o interesse militar brasileiro na ocupação haitiana, o coronel Bernardes não titubeou: o Haiti, sem dúvida, serve de laboratório (exatamente, laboratório) para os militares brasileiros conterem as rebeliões nas favelas cariocas."

"Hoje, dia 13 de janeiro, o povo haitiano está se perguntando mais do que nunca: onde está a Minustah quando precisamos dela?
Posso responder a esta pergunta: a Minustah está removendo os escombros dos hotéis de luxo onde se hospedavam ricos hóspedes estrangeiros."

Anônimo disse...

Tradicionalmente, catástrofes desse quilate são gatilhos de mudança sociais mais profundas.
A ver se os gringos e seus aprendizes de gandulas (americanos e brasileiros) vão continuar a ser tolerados pelos haitianos.

Nelson Antônio Fazenda disse...

Estás certo Feil. O cidadão da foto lá em cima parece não ter o mais mínimo senso do ridículo.

Anônimo disse...

Vários jornais/revistas/tvs apontaram este apoio do exército brasileiro, que não tem erro algum. Um dos aspectos fundamentais quando ocorre este tipo de catástrofe é garantir que se transmita informação para o resto do mundo. Garantir a segurança da imprensa para que ela informe o que se passa no Haiti é também função do exército brasileiro.

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