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sábado, 23 de outubro de 2010

Record cresce 117% em seis anos, Globo cai 20,3%


A atual década é a mais movimentada da TV aberta nos últimos 60 anos, desde que começaram as transmissões no Brasil. Essa movimentação sem dúvida foi desencadeada pela Record, que no início dos anos 2000 passou a investir maciçamente em programação - algo em torno de R$ 1 bilhão desde 2004.

A participação da Record no universo de TV’s ligadas, o chamado "share", passou de 7,8% em 2004 para 16,9% este ano (dados até 30 de setembro).

Isso significa um impressionante crescimento de 117% da Record em seis anos. Em outras palavras: em 2004, de todos os aparelhos de TV ligados no Brasil, entre 7h e 0h, apenas 7,8 estavam sintonizados na Record. Este ano, a Record já tem 17.

Por outro lado, em 2004 a Globo tinha 55,7% das TV’s ligados. Este ano esse número caiu para 44,4%. uma queda de 20,3%. É aproximadamente a mesma porcentagem de queda de pontos no ibope da emissora no mesmo período (cada ponto de ibope vale por cerca de 60 mil residências sintonizadas na Grande SP.

A maior vítima do trator financeiro que a Record colocou em movimento nesta década, com aval de sua controladora - a Igreja Universal do Reino de Deus, de Edir Macedo -, foi o SBT de Silvio Santos.

Desde 2004, o "share" do SBT desabou de 19,3% (19,3 em cada 100 TVs ligadas) para 13,1% este ano. Trata-se de uma redução de 32%.

No mês de setembro ainda, entre 7h e 0h, a Globo registrou o menor "share" desde que passou a ser medido: 42,2%. Os menores índices até então ocorreram também este ano. Em agosto último o "share" foi de 42,9%. Um mês antes (julho) havia marcado 43,1%

A informação é do jornalista Ricardo Feltrin, do portal Uol.

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A audiência da TV Globo está caindo ano a ano, um motivo de regozijo, sem dúvida. Mas, o mesmo não acontece quando se sabe que a emissora da Igreja Universal cresce 117%. Não há razão para festejar o aumento de audiência de um grupo midiático cuja fonte de acumulação primitiva está na exploração comercial da latente religiosidade popular.

3 comentários:

Anônimo disse...

Não podemos passar de um monopólio para outro, ainda mais, qdo ele é sustentado pela devoção de crentes.

Eugênio

Anônimo disse...

Concordo com a ressalva no último parágrafo! Apesar de eu não notar influência da religião na Record (exceto nos programas explicitamente religiosos), vários e vários segmentos das igrejas evangélicas vem investindo pesado na compra de meios de comunicação --> fato que merecia uma boa pesquisa jornalística, para verificarmos o quanto esse setor vem avançando na área da comunicação.

WAGNER SILVEIRA

Cleberson disse...

Isso me lembra uma história do Tio Patinhas que eu li quando era criança, onde um assessor lhe avisa que ele estava perdendo um bilhão de cruzeiros/cruzados por dia, e ele responde: "Nesse ritmo estarei falido em 500 anos".

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