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Surf no lixo contemporâneo: a que ponto chegamos! E que mundo deixaremos de herança para Keith Richards?

sábado, 1 de setembro de 2012

Roy Orbison, o esquecido rei do cha-la-lá



O cara foi uma “sucessão de sucessos”, e muito inspirou os Beatles. Roy nasceu em 1936, um ano depois de dois contemporâneos seus, Elvis Presley e Jerry Lee Lewis, que eram de 1935. Os três podem ser considerados os pioneiros do rockabilly, o rock and roll no mundo branco estadunidense.

Aqui com Blue Angel, um cha-la-la-zão no capricho. A música foi cantada pela Isabela Rosselini, no filme do diretor David Lynch, 'Veludo Azul' (1986), onde Denis Hopper aparece balbuciando junto a letra de Blue Angel


Aqui Only the lonely. 

O rock foi um dos elementos culturais que ajudaram a dar visibilidade social ao jovem (estamos falando de anos 1940/50, coincidindo com a ascensão inexorável do fordismo). Ele - o rock - praticamente eleva a juventude à categoria de coadjuvante da cena pública, e pode-se afirmar que está na raiz daquilo que hoje constitui a chamada sociedade de massas - para o bem e para o mal. 

É certo que tudo isso foi invadido e colonizado pela publicidade, como braço auxiliar (e privilegiado) da necessidade de "realização da mercadoria" (esfera do consumo), onde o valor de troca esmaga o valor de uso, gerando mais alienação e fetichismos de toda a ordem. Mas isso é outra história, bem mais complexa e cabeluda.     


It's over


Oh, Pretty woman, com a participação dos jovens Bruce Springsteen, Tom Waits (piano) e Elvis Costello (que se recusa a tocar em Israel, enquanto lá estiverem instalados governos beligerantes e protofascistas).


Aqui I drove all night.

Vejam, pois, que o rock já foi revolucionário. Já foi um ponteiro indicando que caminhos (tortos) o mundo trilharia.

A arte, as manifestações artísticas em geral, aliás, têm essa propriedade, a de apontarem os esboços e os sinais (quase sempre embotados) do futuro.

É preciso estar atento à arte autêntica (excluindo portanto os Michel Teló, Paulo Coelho e lixinhos afins), nas suas múltiplas expressões (música, literatura, pintura, etc.) e buscar a interpretação das distintas gramáticas e linguagens que flutuam no real.

As novas tecnologias podem também fazer esse papel de oráculo do tempo pagão. Mas suas previsões são parciais, por que só levam em conta o mundo da objetividade e da consciência, enquanto as artes levam em consideração o homem como totalidade sensível, incluindo o nosso lado-escuro-da-lua, o inconsciente.

Aqui You got it. 

Roy Kelton Orbison (1936-1988) era chamado "The Big O". No Brasil, vários baladeiros pop se inspiraram no velho Orbison, mas ocultam essa condição de filhos estéticos do Big O. Exemplos: Lulu Santos, Ritchie e o próprio Roberto Carlos, antes de virar a torta indigesta e turbo-açucarada no qual se degradou. E tem muitos outros.   


2 comentários:

Anônimo disse...

isso se chama MÚSICA, e não esse lixo de hoje em dia tipo os sertanojos, pagodes e axés da vida.

Anônimo disse...

muito bom que o blog esteja recheado (de novo)de música. Mas, e aquelas photos das mulheres, por que sumiram?
queremos, política, religião e futebol, mas tb arte,comida e mulheres!

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